sexta-feira, 3 de maio de 2013

LANÇAMENTO NACIONAL do filme PAZ NO MUNDO CAMARÁ no RIO DE JANEIRO




Com lançamento marcado para o Arquivo Nacional 
na quarta-feira, dia 8 de maio,
“PAZ NO MUNDO CAMARÁ” 
conta versão afro-brasileira da história do Brasil

 DOCUMENTÁRIO RECOMPÕE MUDANÇA DE STATUS
 DA CAPOEIRA EM SEIS SÉCULOS



SINOPSE:  A Capoeira Angola traz a você uma versão inédita da história do Brasil: a da africanidade incrustada na identidade cultural brasileira através dos movimentos de luta e resistência do povo negro na diáspora.  E pensar que há menos de 100 anos a capoeira era percebida como atividade da “maladragem”. Afinal, quais foram os movimentos realizados para mudar  sua percepção social, tornando-se patrimônio cultural brasileiro e  instrumento de paz no mundo?

SERVIÇO



O QUÊ: Lançamento do documentário PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá (2012, 54 min). Direção: Carem Abreu.


QUANDO: quarta-feira, 8 de maio, das 18h às 21h.

ONDE: Arquivo Nacional - Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro. Info: 21 2179-1228.

QUANTO: Entrada franca.



PROGRAMAÇÃO:
18h - Abertura da exposição fotográfica com registros das gravações pelo Brasil e projeção de imagens históricas obtidas no acervo do Arquivo Nacional.

18h45 - Apresentação do filme, com a participação dos mestres João Angoleiro (Acesa/MG) e Manoel (Ypiranga de Pastinha/RJ).

19h - Exibição do filme.

20h - Roda de Conversa: bate-papo da diretora e dos mestres com a plateia.

20h30 - Confraternização.

PARA SABER MAIS



PRÉVIA DO FILME NA COMUNIDADE DA MARÉ


Para ampliar, e democratizar o acesso ao conteúdo cultural do filme, ele será exibido também no dia 07, terça-feira, as 19h, no Centro de Cultura Popular Ypiranga de Pastinha, trabalho sociocultural realizado sob a coordenação de Mestre Manoel, um dos protagonistas do filme PAZ NO MUNDO CAMARÁ.


Sobre o  DVD e a Capoeira Angola

Um dos elementos mais influentes e marcantes na constituição da identidade nacional brasileira, a capoeira ganha uma leitura histórica abrangente e inédita, fruto de três anos de registros audiovisuais em cinco estados e 58 locações do país.



Com direção de Carem Abreu, o documentário “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá” recompõe a mudança de status da capoeira no Brasil, da marginalidade à condição de Patrimônio Cultural.

Símbolo dos movimentos de luta e resistência do povo negro trazido ao Brasil pela diáspora africana, a prática da Capoeira Angola remonta ao século 16, no contexto da luta e da resistência ao regime escravagista.

A disseminação da capoeira só se daria, no entanto, três séculos mais tarde, após a abolição da escravatura, quando passa a ser percebida como atividade da “maladragem” e tratada como problema social e “caso de polícia”.

Entre 2008 e 2010, “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá” colheu depoimentos de praticantes e estudiosos na Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e no Quilombo dos Palmares, em Alagoas. Ao todo, cerca de 50 pessoas foram entrevistadas, entre mestres da Capoeira Angola e de manifestações culturais de matriz africana, artistas e pesquisadores do universo capoeirístico.

A extensa pesquisa da jornalista Carem Abreu e da antropóloga Carolina Césari (ambas capoeiristas angoleiras), base de sustentação histórica para o desenvolvimento do documentário, foi resumida e incorporada ao encarte que acompanha o DVD. Uma viagem no tempo que nos transporta a 1602, no Quilombo dos Palmares, em Alagoas, e chega até dezembro de 2011, com a morte de mestre João Pequeno de Pastinha, em Salvador.

As pesquisadoras apresentam uma abordagem inédita na pesquisa sobre a contribuição afro para cultura e a história do Brasil. Elas identificara quatro movimentos marcantes no processo de sedimentação da capoeira no contexto social brasileiro: Da Origem à Diáspora, compreende as mudanças ocorridas nos séculos 16 ao 18; Marginalização e Perseguição, as dos séculos 18 a 20; Folclorização e Institucionalização são relativos aos séculos 20 e 21; e Globalização e Projetos Sociais corre em paralelo ao anterior, a partir do século passado.

Os quatro primeiros séculos da presença da capoeira no Brasil são reconhecidos, sobretudo, por suas características históricas e sociais. A partir da primeira metade do século 20, a legitimação conferida pelo Modernismo às manifestações culturais da população de ascendência africana contribuiria diretamente para emprestar-lhe a imagem de instrumento de sociabilização. O que levaria, mais recentemente, à sua grande identificação com alguns dos mais expressivos movimentos em defesa da cultura da paz e da inclusão social.

“PAZ NO MUNDO CAMARÁ” foi produzido com recursos do Prêmio Capoeira Viva (2007) e do Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais (2008). O projeto foi finalizado a partir da sua seleção pelo edital de 2011 do Centro Técnico do Audiovisual, o CTAV, com a mixagem de som em Dolby Stereo 2.0 e 5.1. O documentário foi também um dos seis finalistas da Região Sudeste ao Prêmio Afro 2011, da Fundação Palmares e Ministério da Cultura, na categoria Artes Visuais.

O arco institucional do projeto envolve apoios da Casa Civil da Presidência da República, Arquivo Nacional, Universidades FUMEC, Instituto Carybé, Fundação Palmares, IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico da Bahia e Museu do Folclore.

A Capoeira Angola é diferente de Regional

CAPOEIRA REGIONAL: Mestre Bimba criou em 1937 a “Luta Regional Baiana”, a partir da prática que ele tinha na capoeira de raiz, essa ancestral, que desde a criação da “Regional” passou a ser denominada como “Angola”. A capoeira regional  começou a receber a atenção do governo a partir de uma apresentação dessa nova luta que Mestre Bimba fez a Getúlio Vargas, então presidente do Brasil.

Populista, Vargas entendeu a capoeira como uma luta genuinamente nacional e passível de
se tornar o “esporte nacional” por ele almejado, mediante, obviamente, sua associação à Federação Brasileira de Boxe. A Capoeira Regional defende a origem da capoeira no Brasil e é caracterizada mais como uma luta, do que como uma arte, pois associa a sua prática movimentos de lutas orientais como o judô, o caratê e até mesmo o circo, o boxe e atualmente o jiu jitsu. Essa nova capoeira foi amplamente aceita e praticada por estudantes universitários e indivíduos das classes mais altas, que contribuíram para a difusão nacional e internacional e o “embranquecimento” da capoeira.

CAPOEIRA ANGOLA: Em 1921, numa roda de capoeira no bairro da Gengibirra (Salvador), Mestre Pastinha recebeu dos antigos praticantes da “arte da capoeiragem” o dever de zelar pela tradição da capoeira. Essa capoeira tradicional, afro-brasileira, para se diferenciar da “Regional”, em 1937 passou a ser denominada “Capoeira Angola”.

O cunho “angola” passou a ser utilizado pelo fato desses capoeiristas acreditarem que a origem da capoeira está relacionada à cultural africana, por isso a capoeira angola hoje é conhecida e difundida como uma cultura de raiz de matriz africana.  Em 1941 Mestre Pastinha criou não só o “Centro Esportivo de Capoeira Angola”, mas formatou toda uma filosofia ligada à pratica e ao ser “angoleiro”.

A originalidade da atividade chamou atenção de grandes personalidades da classe artística da época, como Jorge Amado, Pierre Verger e Carybé. Setores das camadas mais abastadas passaram a se interessar pela capoeira praticada pelos negros, visitando também o espaço de Mestre Pastinha no Pelourinho e se tornaram capoeiristas.

Nesse momento, que dura até meados da década de 1970, a capoeira passa por um processo de institucionalização e consolidação. E passa a ser vista com bons olhos pela sociedade. A partir daí surgem muitas academias, mestres e discípulos que fizeram da capoeira angola uma manifestação cultural brasileira de grande visibilidade e importância no Brasil e no MUNDO.

O processo de institucionalização da capoeira no Brasil se concretiza em  2008, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) registra a capoeira como “bem cultural imaterial” brasileiro.

Mais que uma sequência de movimentos corporais executados ao som do berimbau e dos atabaques, a Capoeira Angola é considerada hoje um dos mais importantes elementos constituidores da identidade nacional.

Presente em todos os estados brasileiros e em mais de 150 países do mundo, ela é a raiz de expressões culturais variadas, com influências sobre a linguagem, a gastronomia, os costumes, a dança e a música, em manifestações como o samba e o frevo.

Incorporada crescentemente ao currículo escolar, como um instrumento pedagógico transversal que envolve temas históricos, culturais, sociais, políticos e religiosos, a capoeira é associada a valores como disciplina, respeito aos mais velhos, humanização, autovalorização e autocontrole.

A reboque da musicalidade e da “ginga”, ilustra a cultura da roda (de capoeira, de samba, de conversa) e o jeito brasileiro de ser –isento de fronteiras étnicas, capaz de transformar violência em camaradagem e de ser um aliado na busca da paz pessoal, local e mundial.

O Rio de Janeiro dos bambas e das comunidades afro-brasileiras (erroneamente identificadas como maltas)

“PAZ NO MUNDO CAMARÁ” colheu imagens em cerca de 30 locações cariocas: no Centro, na comunidade da Maré e em Duque de Caxias.

Rio de Janeiro tem um papel histórico e social muito importante para a capoeira e para a cultura brasileira. É neste local aonde foi diagnosticado o mais antigo registro histórico conhecido da capoeira, datado de 1719. Nele, a prática capoeirística é relacionada à criminalidade e à sua contenção pelo Estado. Trata-se do episódio da prisão de um negro que, segundo conta o historiador Carlos Eugênio Líbano Soares no documentário, teria sido preso na Rua do Lavradio, na região da Lapa,  por “jogar a capoeira”.

Os capoeiras tiveram participação ativa na vida da cidade ao longo de todo o século 19. Marcam presença não só nos boletins policiais, como em textos de cronistas e viajantes, mas principalmente na vida social e cultural de várias comunidades e bairros da então capital do Império.

Majoritariamente negra e escrava no início do século 19, a partir de 1850 seu perfil se alarga, passando a abarcar livres e libertos, com uma grande parcela de mestiços e, principalmente no último quartel, também de brancos –brasileiros e estrangeiros. Por esta época, os capoeiras já não eram oriundos apenas das classes menos favorecidas, mas também da elite –caso de Juca Reis, filho do Conde de Matosinhos.

Ao longo do 19, agrupavam-se em grupos sociais, reconhecidos erroneamente pelos republicanos da elite como “maltas”, sendo cada grupo ligado a uma região específica da cidade, contando com símbolos específicos de identificação, como cores e vestimentas. Esses grupos sociais reuniam pessoas de origens bastante diversificadas, tanto étnicas quanto geográficas, e entravam em conflito com frequência pelas ruas da cidade do Rio, defendendo os seus territórios.

O governo não pôde deixar de perceber o potencial de combate desses grupos e resolveu “integra-los” em suas instituições. Assim, tornaram-se igualmente comuns aparições públicas à frente de paradas militares, procissões e desfiles carnavalescos. Ou como verdadeiras forças paramilitares, no papel de capangas eleitorais, intimidando e influenciando o voto, no fio da navalha.

Apesar de muitas maltas e capoeiras serem apadrinhados por personalidades públicas importantes ao longo do Império, eles foram alvo da repressão oficial, pois dominavam os territórios aonde viviam e começavam a pressionar o governo pela libertação dos escravos. Com freqüência, circulavam notícias sobre a “audácia” dos capoeiras, que andavam pelas ruas com suas navalhas, em plena luz do dia, ameaçando os chamados “homens de bem” da cidade.

Contra o governo pesavam acusações de pregar oficialmente a repressão, mas acobertar os “marginais”, sem uma ação policial efetiva que desse fim àquela “praga” que “manchava” a civilização brasileira.

Com a instauração da República, os esforços no sentido de construir uma nova identidade nacional, distinta do Império, gerou impactos importantes sobre a capoeira.

Identificada à monarquia, pelo fato de muitos capoeiras terem chegado a figurar entre os integrantes da Guarda Negra, ela passou a ser duramente reprimida, chegando a ser incluída no Código Penal de 1890, no artigo 402 - Dos vadios e capoeiras.

Um dos grandes nomes da cruzada republicana contra a capoeira foi Sampaio Ferraz, primeiro chefe de polícia do novo regime no Rio de Janeiro. Ele ficou conhecido como o grande aniquilador da capoeira na capital durante os primeiros anos do recém-instalado governo. Outro nome importante na repressão republicana, agora na Bahia, foi o chefe de polícia Pedro Azevedo Gordilho.

A República será a grande responsável em relacionar oficialmente a imagem do capoeira à do malandro e vagabundo que, na falta de trabalho, ganharia a vida com pequenos delitos, trazendo prejuízos à sociedade.

No entanto, segundo os registros policiais da época, apenas 20% dos capoeiras presos no Rio de Janeiro não apresentavam inserção definida no mercado de trabalho, sendo os outros 80% compostos de trabalhadores do setor de serviços, como relata Marcos L. Bretas em “A Queda do Império da Navalha e da Rasteira” (1991).

Orientados por uma perspectiva romântica, folcloristas como José Alexandre Mello Moraes Filho (1946), Henrique Maximiano Coelho Neto (1928), Adolfo Morales de Los Rios (1926), entre outros, buscaram, também durante o período Republicano, fazer uma releitura da capoeira, apresentando-a de forma positiva, como esporte nacional por excelência, legando ao capoeira o posto de herói nacional.

Seja como luta, manifestação folclórica ou esporte nacional, esses autores fazem parte de um grande conjunto de intelectuais de início do século 20 comprometidos com a reabilitação da capoeira, de forma a mudar positivamente a visão que a sociedade tinha da prática e de seus praticantes.

Mello Moraes Filho defende que a capoeira identificada com tumultos e a temida navalha deveria ser esquecida, em contraposição à boa capoeira e às maltas do passado, anteriores a 1870. Segundo ele, o tempo no qual a capoeira se criminalizou foi apenas um intervalo em nossa história. Coelho Neto chega inclusive a defender o ensino de capoeira nas escolas e nas Forças Armadas, servindo, nesta última, como método de defesa corporal.

Outro defensor da capoeira como esporte nacional foi Aníbal Burlamaqui (1928), que chega inclusive a publicar um manual no qual propõe um regulamento para a capoeira.

O que estava em jogo era que tipo de projeto de nação seria colocado em prática e, sendo assim, quais aspectos seriam valorizados como parte de uma “cultura nacional”.

Apesar de se ter notícias de capoeira nas cidades portuárias de modo geral, como Salvador e Recife, é o Rio de Janeiro que aparece melhor documentado nos estudos sobre o século 19 e que emerge como o grande centro da capoeiragem no país, como sugere Carlos Eugênio Soares (1994; 2001).

No Rio de Janeiro, as maltas eram mais articuladas, com um grande número de capoeiras. A partir da década de 1930, a capoeira baiana passa a se sobressair em relação à carioca.

Não se pode afirmar um motivo que tenha levado a um deslocamento do eixo da capoeiragem do Rio para Salvador, mas conforme argumentado por Letícia Reis (1997), o tipo de repressão empregada em cada região nos anos que se seguiram à Proclamação da República foi diversificado, sendo a repressão mais devastadora, aquela que submeteu a capoeira no Rio, então capital do país, onde a presença do aparato judicial era muito mais sentida, bem como a atuação das forças policiais.

Com isso, a capoeira no Rio observou um forte declínio durante as quatro primeiras décadas do século 20, quando autores como Luis Sérgio Dias (de “Quem Tem Medo de Capoeira”, de 2001) afirmam que ela praticamente desapareceu das ruas.

Mas a capoeira carioca não desapareceu. Apenas se transmutou e passou a funcionar em outros locais, como nos terreiros de candomblé e nos morros, passando a conviver com a religiosidade afro-brasileira e o samba.

Na década de 1960, Mestre Moraes, servindo exército em Niterói, inicia um trabalho com Capoeira Angola, que daria origem à sua primeira turma de alunos: Neco, Zé Carlos, Braga e Marco Aurélio.

Nesse mesmo período, se envolvem com a capoeira jovens da cidade de Duque de Caxias, que viriam a ser hoje grandes mestres e responsáveis por importantes grupos de Capoeira Angola, como Mestre Rogério, Mestre Cobrinha, Mestre Jurandir, Mestre Russo, Mestre Peixe, Mestre Angolinha, Mestre Manoel, todos moradores da Baixada Fluminense.

Hoje além dos grupos formados por esses mestres, temos a Roda de Caxias que acontece no centro da cidade há 37 anos, na Praça do Pacificador, no Centro de Duque de Caxias. A Roda de Caxias é uma das rodas de rua mais conhecidas entre a capoeiragem –para muitos, a mais duradoura e importante no contexto da formação da história da capoeira carioca contemporânea.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

PRESTAÇÃO DE CONTAS ABERTA


Seis anos foram necessários para que o DVD "PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá" deixasse de ser uma idéia e se tornasse um produto cultural audiovisual. Agradecemos, de público, a cada uma das pessoas que doaram seu tempo e seu trabalho para a concretização desse objetivo. Agradecimentos mais que especiais aos mestres populares (recebam nossas estimas através de um agradecimento especial ao mestre João Pequeno de Pastinha †), aos capoeiristas (especialmente ao mestre João Angoleiro), aos patrocinadores e aos profissionais de cinema e jornalismo. Sem vocês nada disso teria sentido ou seria possível. Agora é colocar o DVD para dar a volta ao mundo! Muito axé camaradas! 

SOBRE O PROJETO
"PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá" se propôs a potencializar as ações culturais do Ponto de Cultura Flor do Cascalho através da pesquisa e o fazer audiovisual, para tornar-se uma referência de estudos não acadêmicos sobre capoeira angola. Com os recursos obtidos foi realizada uma pesquisa inédita no Brasil (BA, RJ, PE e QUILOMBO DOS PALMARES) sobre a ORIGEM DA CAPOEIRA ANGOLA, SITUANDO MINAS GERAIS NA CONTEMPORÂNEIDADE DESTE CONTEXTO.  A proposta foi investigar quais teriam sido os movimentos feitos pela  a capoeira angola para mudar sua percepção social de luta praticada pela “marginalidade” e se transformar em menos de um século “num instrumento de paz no mundo”. 

O projeto intermidiático foi realizado entre maio de 2008 e dezembro de 2012 pela produtora audiovisual ATOS Central de Imagens em co-produção com a Associação Cultural Eu Sou Angoleiro (Acesa). Possui coordenação técnica do mestre João Angoleiro e Produção Exectutiva/Direção de Carem Abreu. Foi financiado com os recursos do Fundo Estadual de Cultura e do Prêmio Capoeira Viva 2007 (MINC). Obteve o apoio do Centro Técnico do Audiovisual (CTAV) e da Casa Civil da Presidência da República, contou com 58 locações em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Alagoas. Ao todo, foram entrevistadas mais de 50 pessoas, entre mestres de capoeira angola, além de mestres da cultura popular, agentes culturais e pesquisadores, e uma equipe técnica de mais de 50 profissionais.

Resultaram desse esforço de produção os 20 produtos/ações culturais listados a seguir:

1-     Pesquisa documental, iconografica e oral:  RJ (Rio de Janeiro), BA (Salvador)
Contra capa do DVD (parte interna)
2-   Gravação no Brasil: RJ (Rio de Janeiro e Duque da Caxias), BA (Salvador e Santo Amaro da Purificação), PE (Recife e Olinda), AL ( Serra da Barriga: Quilombo dos Palmares)

3-  Oficina de Produção Audiovisual “Documentos de Si”: com 13 jovens capoeiristas capacitados, realizada no Ponto de Cultura Flor do Cascalho e na ATOS Central de Imagens 
http://paznomundocamara.blogspot.com.br/2010/06/oficina-de-producao-audiovisual.html


4-   Oficina de Animação e Contação de Histórias: para 10 alunos da Escola Municipal Hugo Verneck (parceria Escola Integrada), realizada no Ponto de Cultura Flor do Cascalho
http://paznomundocamara.blogspot.com.br/2010/06/oficina-de-animacao-e-contacao-de.html

5-  Curta Metragem “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- Minas Gerais” (19 minutos) – produzido pelos alunos da Oficina de Produção Audiovisual 
(http://paznomundocamara.blogspot.com/2011/07/volta-ao-mundo.html)

6-  Exibição no Canal Brasil (contrato 2010/2012): Curta Metragem “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- Minas Gerais”

7-    Exposição Fotográfica Documentos de Si (integra  a contracapa do DVD )

8-    Edição 3 da Revista “ Angoleiro é o que Eu Sou”

9-    Reformulação do site: 
www.eusouangoleiro.org.br


12- Dois eventos Lançamento dos Produtos Culturais (Revista, site, exposição e curta metragem): 17/11/2009 – Centro Cultural UFMG, 05/12/2009 – Palácio das Artes

13- Vídeo animação “Angola: Capoeira Ancestral”,  sobre a Origem da Capoeira Angola para crianças.
http://www.youtube.com/watch?v=2TaQL9i5Wo0 

14- Avan Premiere da Animação “Angola: Capoeira Ancestral”, durante o evento

15- Documentario televisivo “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá – BRASIL” (54 minutos, Brasil: RJ, BA, PE, AL e MG)

16- Trailer do Documentario televisivo 
 http://www.youtube.com/watch?v=rZVX2Qh4nFM


17- Encarte de DVD (12 páginas), com resumo das conclusões da pesquisa histórica


18-  200 cópias do DVD “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá”. Conteúdo do DVD:
·  “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- BRASIL”. Documentário televisivo (54 minutos, Brasil: RJ, BA, PE, AL e MG)

·     “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- MINAS GERAIS”. Curta metragem (19 minutos, Minas Gerais)

·  Oficina de Produção Audiovisual: Curta Making Of (3 minutos) da Oficina de Produção Audiovisual “Documentos de Si”, que produziu o curta metragem.

·      Encarte com resumo das conclusões da pesquisa histórica (12 páginas)

19- Pré-estréia do Documentário televisivo “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- BRASIL”

   09/06/2012 – Evento Aldeia Kilombo Século 21 (espaço CentoeQuatro, Belo Horizonte, Minas Gerais); http://www.otempo.com.br/pampulha/noticias/?IdNoticia=10398&fb_source=message

   08/07/2012 – Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (São Jorge, Alto Paraíso, Goiás)

20- Lançamento Oficial do DVD  “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá. 
   02/12/2012 – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte – ForumDoc.BH.2012 http://www.forumdoc.org.br/?reviews=paz-no-mundo-camara


SOBRE O DVD
PAZ NO MUNDO CAMARÁ:  a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá”
(com legendagem em Português, Inglês e Espanhol) 


SINOPSE: A Capoeira Angola não é apenas uma dança, uma luta, um jeito brasileiro de viver a vida que vem sendo elaborado nos ultimos seis séculos. A Capoeira Angola é história, ela é inclusão social, é cultura de raiz. E hoje ela traz a você uma versão inédita da história do Brasil: a da africanidade incrustada na identidade cultural brasileira através dos movimentos de luta e resistência do povo negro na diáspora. Afinal, como será que a capoeira mudou, em menos de um século, a maneira como é percebida socialmente, deixando de ser uma temida manifestação popular e primeiro crime instituído na República, para se tornar um instrumento de paz mundial, símbolo maior da cultura brasileira e patrimônio imaterial do país? Quais teriam sido os movimentos feitos por essa capoeira de raiz para vencer tamanha estigmatização? Mais de 40 mestres da capoeira angola e das culturas populares de raiz, além de artistas brasileiros e pesquisadores do universo capoeirístico da Bahia, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de Pernambuco – do antigo Quilombo dos Palmares – compartilham algumas respostas para essas questões no DVD “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá”. A obra destaca quatro “movimentos de libertação” que contribuíram com a mudança da percepção social sobre a capoeira no Brasil e no mundo durante os últimos seis séculos. São eles: Da Diáspora à Origem (séculos XVI, XVII e XVIII); Marginalização e Perseguição (séculos XVIII, XIX e XX); Folclorização e Institucionalização (séculos XX e XXI); e Globalização e Projetos Sociais (séculos XX e XXI).


DESTAQUES: 
RESULTADOS SÓCIoculturais
Com os recursos obtidos pelo patrocínio do Fundo Estadual de Cultura foram produzidas 200 cópias do DVD. Dessas, 10 cópias já foram entregues a Biblioteca Luiz de Bessa a título de contrapartida (veja documento anexo). O restante dos DVDs serão distribuídas em momento oportuno para as frentes de trabalho da Associação Cutural Eu Sou Angoleiro e grupos de capoeira angola da região Metropolitana de BH e dos grupos de capoeira entrevistados nos outros estados pesquisados (80); 20 cópias para tvs; 30 copias para festivais e mostras de cinema; 25 para Ministerio das Relações Exteriores; 35 reserva técnica para formadores de opinião.

1) LANçAmento OFICIAL / PRÉ-ESTRÉia documentário televisivo
PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- BRASIL
PÚBLICO DIRETO: 1000 pessoas

* 02/12/2012 – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte – ForumDoc.BH.2012; PÚBLICO DIRETO: 200 pessoas 

* 09/06/2012 – Evento Aldeia Kilombo Século 21 (espaço CentoeQuatro, Belo Horizonte, Minas Gerais); PÚBLICO DIRETO: 600 pessoas

* 28/07/2012 – Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (São Jorge, Alto Paraíso, Goiás); PÚBLICO DIRETO: 200 pessoas

2) Documentário televisivo “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- BRASIL”. (54 minutos, Brasil: RJ, BA, PE, AL e MG)

ENTREVISTADOS E LOCAÇOES NO BRASIL:

2.1) BAHIA - Salvador e Recôncavo Bahiano (Santo Amaro da Purificação)
ENTREVISTADOS: 
1- Mestre João Pequeno (Academia João Pequeno de Pastinha);
2- Mestre Curió (Academia Irmãos Gêmeos); 
3- Mestre Boca Rica (Academia Capoeira da Bahia)
4- Mestre Gildo Alfinete (Ass. Brasileira de Capoeira Angola); 
5- Mestre Lua Rasta (Capoeira de Rua); 
6- Mestra Janja (Grupo N´Zinga – Pesquisadora Dra); 
7- Mestre Augusto Januário (Capoeirista e pesquisador);
8- Mestre Moraes (Grupo Capoeira Angola Pelourinho – Pesquisador); 
9- Mestre Felipe (Santo Amaro da Purificação); 
10- Mestre Ciro (Santo Amaro da Purificação); 
11- Fred Abreu (pesquisador e coordenador do Instituto Jair Moura); 
12 - Carlos Eugênio Líbano Soares (pesquisador); 
13 - Emília Biancardi- (Coordenadora do Museu dos Instrumentos e antiga capoerista); 
14- Adriana Albert (capoeirista e pesquisadora); 
15- Pedro Abib (capoeirista e pesquisador); 
16- Seu João Batista (Recôncavo – conta história de Besouro de Mangangá).

LOCAÇÕES: região portuária e mais de 12 (relação da capoeiragem da BA no Sec XIX e no sec XXI).

2.2) RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro  e Duque de Caxias
ENTREVISTADOS: 
1- Mestre Manoel (Grupo Ypiranga de Pastinha- Complexo da Maré); 
2- Mestre Gil Velho (Grupo Senzala); 3- Mestre Russo  (Duque de Caxias);

LOCAÇÕES: Grupo Flor da Gente (Mestre Mano); região portuária e mais de 20 no Centro do RJ (relação da capoeiragem do RJ no Sec XIX e no sec XXI). FONTES ARQUIVÍSTICAS: Arquivo Nacional, Museu do Folclore e Iphan.

2.3) PERNAMBUCO – Recife e Olinda
ENTREVISTADO:
1- Mestre Sapo (Grupo de Capoeira Angola Mãe, Olinda). 

LOCAÇÕES: região portuária e mais de 15 locações entre Recife e Olinda (relação entre Recife / Olinda no Sec XIX e no sec XXI)

2.4) ALAGOAS – União dos Palmares- Serra da Barriga
ENTREVISTADO: 
1-  Mestre Cláudio sobre a importância do Curral dos Macacos no Quilombo dos Palmares, história do Quilombo, de Ganga Zumba e Zumbi.

LOCAÇÕES: mais de 10 dentro do Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

2.5) MINAS GERAIS- Belo Horizonte
ENTREVISTADOS: 
1- Mestre Rogério (Associação Cultural Angola Dobrada – ACAD,  Santa Tereza);
2- Mestre Jurandir (Fundação Internacional de Capoeira Angola- FICA  - Bairro Bonfim); 
3- Mestre Primo (Grupo Iúna  de Capoeira Angola – Bairro Saudade); 
4- Mestre Leo (Grupo Meninos de Palmares  - Alto Vera Cruz); 
5- Mestre Dunga (Grupo Senzala Eu Bahia – Praça Sete); 
6-Mestre João Angoleiro (Associação Cultural Eu Sou Angoleiro – ACESA Centro);
7- Treinél Ricardo Manaus (Flor do Cascalho- ACESA Morro das Pedras); 
8- Treinel Gino (Grupo ILÚ AIÊ/ ACESA - Bairro Nacional); 
9- Contra Mestre Medonha  (Alto Vera Cruz); 
10- Contra Mestre Renê (Grupo Camujerê – Parque Municipal); 
11- Mestre Márcio Alexandre (Dança Afro – Parque Municipal); 
12- Junia Bertolino (Dançarina Afro – Parque Municipal; 
13- Marilene (Dança Afro - Parque Municipal); 
14- Flavia Soares (Dançarina Afro - Parque Municipal); 
15- Negoativo – Mestre de Capoeira e músico (Academia Porto de Minas – Banda:Berimbrow – Bairro Maria Goreti);
16- Mauricio Tizumba (ator interpretou trechos da peça “Besouro de Mangangá” – Praça de Santa Tereza); 
17- Rui Moreira (Cia de Dança Será Quê? – Teatro Alterosa); 
18- Alexandre Partideiro (compositor samba de roda “Partideiro de Angola” – Pedreira Prado Lopes); 
19- Dona Elisa (velha guarda do samba de BH - Pedreira Prado Lopes); 
20- Mestre Conga (Velha guarda do samba de BH -Pedreira Prado Lopes); 
21- Candomblé de Dona Efigenia (Floresta); 
22- Congado (Reinado de dona Isabel – Bairro Concórdia); 
23- Mestre Cobra Mansa (Fundação Internacional de Capoeira Angola – Fica);  
24- Mestre Indio (Associação Cultural Angola Dobrada – ACAD,  Santa Tereza);

2.6) FONTES ARQUIVÍSTICAS:
-           RJ: 1- Arquivo Nacional (mais de 250 fotos/imagens - doadas através de parceria  com a Casa Civil da Presidência da Republica) 2- Museu do Folclore (Fotos e Livros sobre capoeira angola); 3- Iphan (Pesquisa e Livros sobre capoeira angola)
-                     BA: 4- Instituto Jair Moura (Fotos e Livros sobre capoeira angola); 5- Museu Afro-Brasileiro (Fotos e objetos sobre capoeira angola); 6- Acervo pessoal de Mestre Gildo Alfinete (Fotos exclusivas de Mestre Pastinha); 7- Instituto Carybé (fotos arquivo)


3) Cobertura do Programa Cine Magazine [Rede Minas]  sobre o DVD
http://vimeo.com/54602406



RESULTADOS INSTITUCIONAIS
Para a execução desse projeto foram realizadas as seguintes parcerias instituicionais:
-      * Prêmio Capoeira Viva 2007 – parte dos recursos para realização da Oficina de Produção Audiovisual “Documentos de Si” e Revista Angoleiro é o que Eu Sou. Valor: R$ 20.000,00 (em dinheiro). Prêmio obtido através de Edital Nacional. Este projeto foi um dos seis selecionados em Minas Gerais, num universo de 40 projetos selecionados no Brasil.
-   
        Casa Civil da Presidência da República/ Arquivo Nacional (RJ) – disponibilização de material icnográfico, com mais de 200 fotos e alguns videos. 
-       
    * Univesidades FUMEC – Laboratório de Desing de Som – Edição de Aúdio do documentário televisivo.
-      
       * Centro Técnico do Audiovisual (CTAv) – Mixagem do documentarios televisivo. O projeto PAZ NO MUNDO CAMARÁ, foi um dos 20 filmes brasileiros selecionados pelo CTAv em 2011 para obterem tratamento de som. Sendo o único representante de Minas Gerais.

-     *  Instituto Carybé – autorização de veiculação de imagens das obras de Carybé. 

-     Gegê Produções – autorização de veiculação de trilha sonora da música “Parabólica Camará”, de Gilberto Gil. 

-      Fundação Palmares – autorização para filmagem no Memorial dos Palmares (Serra da Barriga, Alagoas ) e audios que integram acervo do memorial.

-     * Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), Instituto do Patrimônio Histórico da Bahia, Museu do Folclore – imagens e acervo bibliográfico
-       
    * Grupo Ypiranga de Pastinha, Alexandre Partideiro, Lena Santos, mestres Felipe, Gildo Alfinete, Negoativo  – Trilha Sonora  
- 
      *  Canal Brasil – Exibição (2010/2012)  do curta metragem  “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a volta que o mundo dá- MINAS GERAIS”



- 
      ATOS Central de Imagens – investimento em recursos e serviços complementares a contrapartida estipulada, para a finalização do projeto.



SOBRE A INTERLOCUÇÃO SOCIAL
Até o dia 06 de agosto de 2012 esse projeto realizou
INTERLOCUÇÃO DIRETA- com  2644 pessoas, de cinco estados do Brasil
INTERLOCUÇÃO VIRTUAL - (via internet) com 12.315 pessoas

ENTREVISTADOS - 46
Minas Gerais – 24 entrevistados; 9 grupos de capoeira angola e 13 outros tipos de expressões culturais
Bahia – 15; 10 grupos de capoeira angola e 5 pesquisadores
Rio de Janeiro – 5; 4 grupos de capoeira angola, 1 pesquisador
Pernambuco- 1 grupo de capoeira angola
Alagoas- 1 instituição

INTERNET – 12.315 acesos até 06/08/12
Video “Angola: Capoeira Ancestral”- 2805 wiers
Trailer do Documentario televisivo - 1736 wiers
Blog- 7577 wiers
Redes Sociais - 197membros
                                                                                        
EVENTOS DE LANÇAMENTO – 2800  pessoas
2012: 1600 pessoas
ForumDoc.BH: 200 pessoas
Aldeia Kilombo: 800 pessoas
Encontro de Culturas Tradicionais: 600 pessoas
2009: 1200 pessoas
Centro Cultural: 900
Palácio das Artes (BH): 300